segunda-feira, 12 de maio de 2008

Exercício 13: Matéria Opinativa - Jornalismo Open Source

- Matéria:


Uma nova ferramenta jornalística no ciberespaço?


Com o avanço dos espaços para o uso da linguagem web jornalística e da crescente vertente da Web 2.0, uma nova forma de jornalismo surge como possível resposta ou modelo de uma atividade colaborativa, partindo dos antes então receptores, o Jornalismo Open Source, de "código aberto", mais conhecido por jornalismo participatório ou jornalismo cidadão.

A partir da idéia de construção de novos espaços para divulgação de novas informações, o Jornalismo Open Source avançou esses espaços através das informações divulgadas pelas participantes do veículo colaborativo como um novo meio informativo, interpretativo e, sobretudo, opinativo.

Entende-se as relações de novas informações, mas cabe compreender: o jornalismo participatório é uma nova forma de jornalismo? Será que tal forma apresenta a tão buscada credibilidade perseguida pelos jornalistas de canudo? Ou será ainda apenas um novo veículo resultante da nova linguagem participativa da Web 2.0?

O jornalismo participatório apresenta características distintas de um jornal digital ou de uma web revista já calcada no ciberespaço. Com a idéia da aplicação desse tipo de veículo, percebe-se que tal ferramenta apresenta um espaço mais crítico para a participação e posicionamento dos usuários que dele fazem parte.

Também pode-se perceber a dominância de usuários não-profissionais da área comunicativa, que por conseqüência, acabam por mexer com o poder midiático, ou seja, com o monopólio de mídia – às vezes aparecem como oposição ou uma nova ferramenta imediata e interativa.

O Open Source ainda apresenta a possibilidade de uma maior discussão entre os usuários desses espaços colaboratórios, causando uma maior polêmica de até quando a informação pode ser verdadeira – ai entra mais uma vez a questão da credibilidade – e, especialmente, quando há a troca de idéias resultantes (tese, antítese e uma nova tese) do conflito gerado pelas informações ali divulgadas.


OS EXEMPLOS

Há vários exemplos de jornalismo participatório no ciberespaço. Entre eles pode-se citar o Slashdot, Oh My News e o Menéame como ferramentas dessa nova ferramenta jornalística. Os três veículos são gratuitos e funcionam como uma escrita coletiva na Web, sendo os dois primeiros contendo textos em inglês e o terceiro em espanhol.

Por sua vez, ambos distingue-se em alguns pontos. O Slashdot pode ser visto como o mais interativo, pois os outros usuários podem qualificar as matérias/informações/artigos ali divulgados por notas, caracterizando créditos positivas ou negativos ao autor do texto.

Já o Oh My News apresenta os mesmos critérios de jornalismo cidadão, porém há um editor que recebe os textos que os usuários enviam e, além de fazer parte do próprio veículo, os melhores textos (os textos escolhidos) são publicados em uma revista coreana.

Em contrapartida aos exemplos em inglês aparece o Menéame com o mesmo propósito, mas com uma linguagem diferente e uma interface mais atrativa ao usuário, apresentando links estruturais bem organizados e “nuvem de tags” como mais uma opção de seleção pelo usuário participante ou apenas visitante de tal forma de jornalismo.


A TEORIA

Na Internet tem-se que o Open Source é realmente uma nova forma de jornalismo, confundido-se um pouco com a linguagem usada em blogs e em outros meios interativos do qual a web abriga. Porém, para alguns especialistas e teóricos do assunto, esses tipos de veículos não credenciam-se ser uma ferramenta jornalística.

Segundo a jornalista e pesquisadora Ana Bambrilla, em seu blog Libellus, esse tipo de veículo não pode credenciar-se a ser uma ferramenta (software) informativa, segue o trecho de sua dissertação de mestrado defendida em 2006:

” (…) Outro aspecto que diferencia substancialmente o jornalismo da engenharia de software é o caráter beta no qual um programa de computador pode amparar-se na justificativa de que ainda não está completamente pronto ou possui erros aceitáveis. Uma notícia, porém, jamais será beta. Uma vez publicada, a notícia ganha reconhecimento público e influencia no curso da sociedade, muitas vezes, de modo irreversível. Isso significa: ainda que os erros na notícia em jornalismo open source sejam como os bugs no que toca à fácil correção, a justificativa de um erro não é tão facilmente aceita na notícia como no software” - disse Bambrilla.

Cabe agora compreender que esse tipo de veículo não é um tipo de jornalismo, eles tornam-se ferramentas participativas do ciberespaço, visto que se uma informação aconteceu ela deverá ser bem divulgada e escrita – já que muitas notícias possuem erros ortográficos e lingüísticos – nesses veículos. A velha arma do jornalista do canudo ainda, agora, está mais reforçada do que nunca antes: a credibilidade na divulgação de suas informações.



- Notícias e links relacionados:

Tese de Mestrado sobre Jornalismo Open Source

Jornalismo Open Source na Wikipedia

Jornalismo Open Source no Visões Obscuras

Jornalismo Open Source no Observatório de Imprensa


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